Seminário discute situação produtiva dos catadores em Guaçui

Guaçuí sediou, nesta manhã de sexta-feira (01), o seminário promovido pela Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo do Espírito Santo (Aderes), que traz uma das oficinas regionais que tem o objetivo de organizar os catadores de materiais recicláveis na região e Estado. O seminário tem como tema a “Situação produtiva dos catadores de materiais recicláveis frente à aplicação do TCA 01” e acontece na Câmara Municipal. Estavam presentes representantes dos catadores de Guaçui e outros municípios da região.

Presente ao seminário, o diretor presidente da Aderes, Edilson Rodes, destacou que o evento também serve como uma entrega do trabalho realizado pelos catadores, porque o projeto permite medir o trabalho de coleta seletiva no Estado. “O Espírito Santo é o primeiro estado da Federação a estar organizado neste setor, mas temos que avançar”, afirmou Rodes. Segundo ele, o Estado ainda não chegou a 10% de coleta seletiva, no total, e a lei federal pede, no mínimo, 30%. “Mas esse montante já representa uma renda de R$ 800 mil por mês, em todo o Estado, e além disso, o que é coletado, por vocês (catadores) representa menos despesas para a prefeitura na coleta de lixo e na despesa com aterro sanitário”, enfatizou.

Já o presidente do Instituto Sindimicro, Helton Braz Scarpe, colocou que o quadro atual do setor se deve muito à efetiva participação dos catadores. “Mas precisamos de mais participação de outros segmentos da sociedade”, disse. “O que é arrecadado pelos catadores, com a coleta, por exemplo, volta para o comércio da cidade, e nem sempre os comerciantes se dão conta disso”, destacou.

A coordenadora estadual de Relações Institucionais, Maria Inêz Loureiro, estava presente representando o vice-governador César Colnago, que é o coordenador de todos os projetos sociais dentro do Governo do Estado. Ela colocou que o chamado “lixo” deve ser visto como gerador de renda e se tornar forte dentro da cadeia produtiva. “A coleta seletiva está ajudando a transformar a realidade das cidades, onde a população já passa a entender sua importância, para que sobrem recursos para outros setores, além do trabalho ser muito importante para preservação do planeta”, afirmou.

A gerente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), Rosana Cezar Boechat, enfatizou que, dentro da pasta, “o lixo é visto como luxo”, porque dele podem ser tirados muitos benefícios ambientais, sociais e econômicos. “Por isso, precisamos que o projeto caminhe, para que possam ser coletados mais tipos de resíduos e aumentem as possibilidades de renda para os catadores”, disse.

Oficinas

As oficinas foram realizadas durante todo o mês de agosto e seguem pelo início de setembro. A iniciativa é uma ação do projeto Catadores de Materiais Recicláveis, resultado do convênio firmado entre o Governo Federal, por meio da Senaes/MTE e a Aderes. Este projeto tem como objetivo a articulação dos catadores, organização de associações e cooperativas, planejamento e gestão de negócios e comercialização em rede. Por meio dele, o Governo do Estado já qualificou mais de 900 catadores, sendo que 700 deles foram certificados em um evento público realizado em 2016.

Coordenadas pela Aderes, as oficinas regionais, como a realizada em Guaçui, servem para conhecer que tipo de resíduo sólido é produzido em cada região, a quantidade que é produzida e o mapa de risco de cada associação local. Pretendem ainda reunir prefeitos municipais, Ministério Público e associações de catadores, para analisar e discutir a política de resíduos sólidos e meio ambiente, com todas as orientações e prevenções que fazem parte da atividade dos catadores, dentro do que prevê o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) 01.

Segundo a Aderes, no início do projeto, há quatro anos, existiam no Estado uma cooperativa e 16 grupos organizados e registrados como associações. Hoje, após o trabalho realizado entre Aderes, Ministério Público e municípios, já são 70 grupos organizados como associação e duas cooperativas, totalizando 72 empreendimentos de Economia Solidária de Catadores de Material Reciclado no Espírito Santo.

 

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